sexta-feira, 18 de abril de 2008

Conservar a vida: para quê?*

A vida do homem é marcada por muitos enigmas. Quem criou o mundo? O que dá ordem ao Universo? Todos eles são de grande relevância, porém há outra que persuade enormemente a o ser humano: a morte. O filme A vida de David Gale apresenta o personagem David Gale que está no corredor da morte para cumprir sua pena. Nessa situação podemos nos perguntar: pode um ser humano ter direito sobre a vida do outro? Nunca se buscou tanto conservar e prolongar a vida, porém ao mesmo tempo se quer destruí-la.
Constantemente o homem está lutando. Luta a cada milésimo de segundo perseguindo sua meta: manter a vida. Desde a concepção o indivíduo naturalmente quer viver. Entretanto, a criança não consegue se manter viva se não for com a ajuda dos que cercam. Tecnologias mega avançadas são pensadas ardorosamente com o objetivo de atendê-las.
As condições psico-bio-sociais, todavia, levam esses mesmos seres humanos que tanto a humanidade torceu para se manterem vivos, a uma condição de criminalidade e atos que ameaçam a vida de outras pessoas. Na maioria dos casos, os delinqüentes são sujeitados a duras penas podendo até serem perpetuas, em outros casos, entretanto, encontram na aplicação da pena de morte a saída.
Decidir acerca do direito de viver de uma pessoa tem uma implicação ética muito profunda. A ética para Enrique Dussel, por exemplo, é tudo o que defende, produz e reproduz a vida. Assim torna-se inconcebível a morte que não seja natural. Todos têm direito a vida e cabe as instituições de poder defendê-la.
Portanto, não se deve ser hipócrita ao ponto de dizer que não se deve mais lutar para salvar vidas, pelo contrário. Porém, não basta apenas salvar recém-nascidos, é preciso também conservá-los, tanto para evitar que os indivíduos ingressem no crime, bem como, caso cometam, que lhes sejam dados o direito de se reintegrarem socialmente. Tal solução, até parece, de fato, utópica, porém, não pode deixar de ser pensada.
*Comentário elaborado a partir do filme A vida de David Gale






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