
A emoção de ter um filho é, para Kee, ainda maior pois ela carrega em seu ventre um único sinal real de esperança. Para ter essa criança, a personagem tem de passar por diversas dificuldades, porém, nem isso a desanima. Na atualidade uma das grandes discussões éticas está em torno do aborto. Em tal reflexão, parece pertinente, pensar em que consiste o poder de uma mulher que tira a chance de viver de um ser humano indefeso.
Jasper, por sua vez, é um senhor com o espírito jovem e que cuida de sua esposa com muito carinho e atenção. Ela, conforme mostra o filme, não fala, não anda, não se move, ou seja, é totalmente dependente de seu marido. Em relação à eutanásia verifia-se que numa cultura, na qual somos o que fazemos, torna-se difícil compreender por que se deve cuidar de alguém que já não produz.
Portanto, essas duas complexas e polemicas situações, apesar de se tratarem de contextos diferentes, se remetem a uma mesma realidade: o que é a vida e porque viver. Tal problema, que perpassa a saúde pública, já tem deixado claro sua preocupação desde a Antigüidade. O professor Daniel Omar Perez na introdução da obra Filósofos e terapeutas em torno da questão da cura, apresenta o juramento que os médicos costumavam e costumam fazer para exercer seu trabalho. Nesse longo discurso um dos pontos é que o medico se compromete a não dar a nem uma mulher qualquer substância abortiva e tampouco, não entregará ninguém a morte, mesmo que esse esteja com graves problemas de saúde. Eis a atitude ética que conduziu tanto os médicos do passado, quanto Kee e Jasper do filme, ao aptarem pela vida.
*Comentário sobre o filme Filhos da Esperança
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